segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Polinésia Francesa: Relato, por Paulo Eboli


NO PARAÍSO, FALA-SE FRANCÊS

Esperei muitos anos para fazer esta viagem, um sonho antigo. Finalmente, o dia havia chegado e eu, com a minha mulher, Claudia, partíamos para Los Angeles, última parada antes de Papeete, na Ilha do Tahiti, integrante do arquipélago conhecido como Polinésia Francesa, no Pacífico Sul (curiosamente, a ilha cujo nome é o apelido de toda a região, é a menos visitada, com menos atrativos que as demais).

Tamanha era a expectativa, que eu temia a frustração de encontrar uma realidade não tão espetacular quanto a imagem construída pela minha imaginação. Os meus temores duraram o tempo de voo até Papeete, oito horas. Logo ficou claríssimo que os cartões postais da região, estes sim, não faziam jus à escandalosa beleza local.

A bordo do Paul Gauguin, um pequeno e charmosíssimo navio para 340 passageiros, zarpamos para o cruzeiro de 10 dias pelas ilhas de Huahine, Bora Bora, Rangiroa, Fakarawa, Taha e Moorea, terminando outra vez em Tahiti. Para começar, este cruzeiro nada tem a ver com as minhas quatro experiências anteriores, em navios maiores, pelo Caribe, duas vezes, Patagônia e Alaska, embora algumas dessas viagens tenham sido muito boas. A proposta do Paul Gauguin privilegia conforto, requinte,  tranquilidade,  individualidade e  qualidade dos serviços prestados para os passageiros, deixando para estes a única e deliciosa tarefa de aproveitar cada momento do cruzeiro. Destaque para as cabines (quase todas com varanda), o atendimento de bordo, a excelência da gastronomia e o sistema “all inclusive”, que funciona de verdade – nas bebidas, então, um show de boas marcas e drinks exóticos, full time – exceção apenas para os produtos comprados na butique de bordo.

Em regra, o navio se desloca somente durante a noite, amanhecendo nas ilhas de destino, onde permanece por um ou dois dias, sempre ao largo. Lanchas confortáveis, chamadas de tenders, em viagens de não mais que 15 minutos de duração, levam e trazem os passageiros, em intervalos de meia hora. Uma vez em terra, o passageiro pode optar por um dos muitos passeios oferecidos pelo navio – que eu sugiro, sejam pré-agendados, antes do início da viagem – e pagos à parte, ou ficar por sua própria conta, alugando um carro, scooter ou bicicleta, disponíveis em todas as ilhas, por preços acessíveis, ou simplesmente caminhando.

Em comum, as ilhas têm praias e recantos lindíssimos, com águas transparentes e incontáveis tons de azul. Na maior parte, o banho de mar é livre e encontra-se por perto, comidinhas e bebidinhas, servidas na areia. Os resorts de luxo, onipresentes e ocupando os trechos mais bonitos do litoral das ilhas, também são acessíveis, bastando que se consuma alguma coisa dos seus bares e restaurantes. Uma cerveja resolve.


Em todos os momentos recomenda-se levar os apetrechos para a prática do snorkel, fornecido gratuitamente pelo navio, logo no primeiro dia de viagem. São inúmeros os locais propícios a mergulhos, repletos de vida marinha e corais coloridos. Se você pratica scuba diving – mergulho com cilindro de ar – vai encontrar no navio toda a parafernália necessária, e ainda saídas diárias para mergulhos nos melhores lugares do mundo, segundo os especialistas. De quebra, o navio oferece aulas para iniciantes, habilitando-os a mergulhos de pequena profundidade.

Dos passeios vendidos previamente, são imperdíveis o “Under Water Walk”, disponível em Bora Bora e Moorea, e o “Mini Submarine”, apenas em Bora Bora. Saiba mais sobre estas e outras sugestões, no site da PG CruisesMas o melhor programa mesmo na Polinésia é abrir bem os olhos e deslumbrar-se, o tempo todo, com as paisagens mais extraordinárias que eu jamais vi (e olha que eu já andei um bocado por esse mundo!).  Não apenas do mar e das praias, mas do perfil montanhoso das ilhas, a vegetação incrivelmente variada e exuberante, os pores de Sol mágicos, todas as tardes e, não menos importante, a beleza das mulheres polinésias, dançarinas naturalmente dotadas de grande leveza e sensualidade. Um grupo delas faz parte da tripulação do navio: são as Gauguines, sempre presentes no dia-a-dia de bordo, dançando, cantando, entretendo e orientando os passageiros. E, antes que eu me esqueça, o povo polinésio é muito hospitaleiro, recebendo os visitantes com carinho e alegria.

Para terminar, vale dizer que a língua oficial da região é o francês, embora quase todos arranhem o inglês, suficiente para dar informações e vender pérolas negras e pareôs, os produtos mais famosos do arquipélago, encontrados em todas as ilhas. A moeda corrente é franco polinésio – FP – mas euro e dólar são aceitos em qualquer lugar (1 euro compra 115 francos polinésios, ou comprava, até a semana passada).


De resto, meus amigos, é insistir que vocês programem essa viagem. Não encontrei outro meio mais prático, completo e barato de realiza-la, do que através de um dos cruzeiros do Paul Gauguin. Numa segunda vez – e eu pretendo que haja uma segunda vez – meus planos incluem uma semana em Moorea, a ilha mais bonita e charmosa de todas, na minha opinião.

Mas para uma primeira visita ao paraíso, vale mais uma visão geral do arquipélago, como 
os cruzeiros propiciam.

A todos, boa viagem!!

Paulo Eboli

DICAS DO PAULO:

PS1 – Há duas maneiras de se chegar à Papeete: Pela Lan Chile, via Santiago, com escala na Ilha da Páscoa (um voo semanal – 11 horas de voo mais 2 horas na escala) ou pela Air Tahiti, partindo de Los Angeles, sem escalas (voos diários – 8 horas de voo).
PS2 – Todas as informações sobre os cruzeiros no site www.pgcruises.com
PS3 – Minha viagem foi organizada e comprada – incluindo hotéis e voos – pela Aloha Turismo, com a Tania Cesonis – telefone 21- 2239-7563.
PS4 – Os bons hotéis, nas ilhas, são muito caros, nada menos que 400 a 500 Euros as diárias mais baratas. Nesse aspecto, ficar hospedado no navio, além do conforto, é bem mais econômico. 

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